A DUPLA CORAÇÃO DO
BRASIL
Filhos do emigrante espanhol Salvador
Perez (que chegou ao Brasil no início do século XX) e de uma brasileira (neta
de escravos), Maria do Carmo.
João Salvador Perez nasceu no município
paulista de São Manuel em 2 de Março de 1917
José Perez nasceu em uma fazenda de Botucatu
(que hoje pertence ao município de Pratânia) em 19 de Novembro 1920.
O Pai, Salvador Perez adoeceu e
foi despedido da fazenda onde trabalhava. Por mais de quatro
anos a Família Perez viveu de favor na região de são Manuel e Botucatu.
Os filhos mais velhos,
João e José ajudavam na lavoura em
leves tarefas.
Enquanto trabalhavam, duetavam suas
vozes no meio dos cafezais.
João o mais letrado, lecionava á noite
numa sala improvisada para os irmãos mais novos e também para os
amigos da fazenda, que pouco sabiam. Dos amigos cobrava um litro de
querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas, dificilmente
recebia alguma ajuda.
José o mais levado gostava de caçar
passarinhos com arapucas (depois os soltava) com amigos do arraial e aos
sábados vestia-se de Coroinha para ajudar a celebração da Missa.
Após a cerimónia acompanhava o Padre
nas refeições e voltava para casa levando alimento para os irmãos.
O gosto pela a cantoria veio dos avós
maternos Olegário e Isabel que alegraram a colônia com suas canções ao som de
uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi “Tristeza do Jeca”,
de Angelino de Oliveira, em 1925.
Em 15 de Agosto de 1933 fizeram
a sua primeira apresentação profissional. Cantaram na festa da Aparecida de São Manuel,
junto com o primo Miguel formaram o “Trio da Roça”.
Em 1938 a família mudou-se para
Sorocaba e dois anos mais tarde para São Paulo instalando-se no
bairro da Mooca.
João trabalhou como Office-Boy e José
como servente de pedreiro e depois como metalúrgico. Em 1942 os Irmãos Perez participaram
de um concurso de violeiros na rádio Difusora de São Paulo. Foram os
mais aplaudidos e ganharam o concurso (Capitão Furtado). Ariowaldo
Pires (Capitão Furtado) achava que o nome não combinava com o estilo da
dupla e resolveu batiza-los como: “Tonico e Tinoco”. Foram contratados
para participarem da programação caipira da rádio Difusora de São Paulo..
Em 1944 o primeiro disco em 78
rotações com a música: “Em Vez de Me Agradecê”. E desde então permaneceram nas
paradas de muitos sucessos com musicas inesquecíveis, como:
Chico Mineiro, Moreninha Linda,
Canoeiro, Brasil Caboclo, Tristeza do Jeca, Menino da Porteira, Cana Verde,
Baile na Roça entre mais de 1500 gravações,
DURANTE
60 ANOS DE CARREIRA REALIZARAM
Mais de 1500 gravações em 220 LPS de
78 rotações 30 compactos simples e duplos, 76 LPS DE 33 rotações, 03 CDs
inéditos e 20 CDs remasterizados.
Participaram de sete filmes de Longa
Metragem.
Lá no meu sertão
Vingança do Chico Mineiro
A Marca da Ferradura
Os Três Justiceiros
Luar do sertão
O Menino Jornaleiro
Marvada carne
Durante
40 anos apresentaram-se em Circos e Teatros. Criaram uma companhia
Circense com a qual percorreram o país. Em cada circo realizaram três seções
pôr noite. São autores de 25 peças Teatrais Circenses, entre
elas:
Mão Criminosa
Último São João
Tristeza do Jeca
Tristeza do Jeca
Chico Mineiro
Papai Noel Chorou
Trabalharam 50 anos em rádio na
seguinte ordem:
Rádio Difusora Rádio Tupi Rádio
Nacional (hoje Globo) Rádio Bandeirantes e Rádio Record de São Paulo
Realizaram um trabalho de
utilidade pública durante muitos anos, pois, o rádio era o único meio de
comunicação que atingia todo o país. Através de seus programas os ouvintes
se comunicavam
com parentes.
Participaram da primeira transmissão
da Televisão Brasileira, no ano de 1950. Apresentavam o programa Na Beira
da Tuia nas seguintes emissoras: Bandeirantes. SBT, Cultura e Globo.
Realizaram grandes eventos como.
A Grande Noite Da Viola no Maracanãzinho /Rio de Janeiro (1978) Teatro
Municipal de São Paulo (1979) Semana Cultural Tonico e Tinoco no centro
cultural de São Paulo (1988) e o Troféu Tonico e Tinoco (1992). No mesmo
ano realizaram com Chitãozinho e Xororó na cidade de São Bernardo do Campo /SP
um show onde reuniram um público estimado pela Policia Militar
em 100,000 pessoas.
Entre as inúmeras premiações
destacamos: 04 Roquetes Pinto, Medalha Anchieta (Comenda da Cidade de São
Paulo), Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto). Ordem do
Mato Grosso (Comendador). Troféu Imprensa, 2 prêmios Sharp de música e o Di
Giorgio.
O Slogan “A DUPLA CORAÇÃO DO BRASIL” surgiu
em 1951 quando o humorista Saracura resolveu Batiza-los assim pela
a interpretação de todos os ritmos regionais.
Venderam mais de cento e cinquenta
Milhões de cópias e, realizaram cerca de 40.000
apresentações em 60 anos de carreira.
A dupla estreou em disco, em 1944, com o cateretê "Em vez de me
agradecê" (Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré), que foi lançada em 1945. Na gravação de
"Invés de me agardecê" ocorreu um fato inusitado, pois eles a
gravaram e em seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão
alto, da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone. Como o
processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um lado, mas
como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de canto para
educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o tempo do lançamento do primeiro
78 RPM para o segundo é curto, pois eles gravaram a primeira moda ainda em 1944.
Bem sucedida com essa gravação, que serviu de
teste, gravou seu primeiro disco completo, a moda de viola “Sertão do Laranjinha”, motivo popular adaptado
pela dupla e Capitão Furtado, e "Percorrendo o meu Brasil" (com João
Merlini), que foi sucesso imediato. No ano seguinte (1946) o
sucesso definitivamente chegou com "Chico Mineiro" (Tonico/Francisco
Ribeiro).
Uma
curiosidade: quando Tonico & Tinoco foram gravar “Chico Mineiro” a
gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, pois eles já
haviam gravado cinco discos e existia sempre uma reclamação dos ouvintes com
relação a dupla, alegavam que não era possível entender a pronúncia deles nas
letras das músicas, os fãs não entendiam o que eles estavam dizendo, aí surgiu
“Chico Mineiro” e tudo mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com
essa música conseguiram comprar sua 1ª casa para viver com a família. Desde
então, tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país.
FIM
DA DUPLA TONICO E TINOCO
Tonico (João Salvador Perez),
faleceu no dia 13 de Agosto de 1994 após uma queda da escada do
prédio onde morava.
O último show da dupla “Tonico e
Tinoco” foi na cidade matogrossense de Juína no dia 07 de Agosto de
1994.
Tinoco encontrou forças no amor que
recebeu dos fãs e na saudade do companheiro que partiu. Realizou
mais de trinta apresentações contratadas anteriormente a morte do irmão.
TINOCO E ZÉ PAULO
No início do ano de 1995, Tinoco encontrou-se com
Zé Paulo, que durante muitos anos cantou ao lado de Peão Carreiro. Deste
encontro surgiu uma nova parceria no meio sertanejo.
A Gravadora Transcontinental lançou o único CD da
dupla no mesmo ano. Em junho de 1996, os amigos decidiram seguir seus próprios
caminhos.
TINOCO E TINOQUINHO
TINOQUINHO (Uilton Antonio dos Santos), 27 anos de
carreira, gravou 02 compactos e 02 CDs. Trabalhou na década de 70 com a Dupla
João Mineiro e Marciano. No início de 1980, resolveu formar sua Banda,
realizando grandes eventos pelo interior do Estado de São Paulo. Em 1992,
"Uilton Santos" (nome artístico) trouxe a sua Banda para integrar o
Show de Tonico e Tinoco. Com o passar do tempo foi batizado como
"Tinoquinho", e adotado de coração por Tinoco como filho.
Em junho de 1996 surge a nova formação "Tinoco e Tinoquinho". No ano de 1997
lançaram um CD voltado para Entidades Carentes. Trabalharam em Comunidades e
Associações da cidade de São Paulo. Realizaram mais de 300 apresentações em 15
meses de trabalho.
Em 1998 a Gravadora MOVIEPLAY lançou no mercado
fonográfico um CD com Tinoco cantando as duas vozes. Esta foi a forma que
Tinoco encontrou para homenagear Tonico, seu eterno parceiro.
Perto da virada do século, "Tinoco e Tinoquinho" resolveram
homenagear os 500 Anos do descobrimento, e, o nome do CD não poderia ser outro:
“Brasil Caipira”.
Juntamente com o Jornalista Gildo Sanches, de São
Manuel, Tinoco lançou em 2004 um livro com sua biografia.
Nome do livro que será lançado pela Editora Perez:
"Tinoco, um Herói do Sertão", que conta com comentários do Prefeito
Municipal de Pratânia, Roque Jonner (cidade natal de Tinoco), e tem o prefácio
escrito pelo Presidente do Tribunal do Trabalho, Ministro Almir Pazzianotto
Pinto.
*Naqueles anos 30 do século XX só existiam 65 emissoras de rádio e 30
mil aparelhos receptores em todo o país, para uma população de 35 milhões de
pessoas.
Créditos: http://carlosferreirajf.blogspot.com.br/2009/02/tonico-e-tinoco.html
Em Vez de Me Agradecer - Capitão Furtado-Jaime Martins-Aymoré
Esta foi a primeira música gravada por Tonico e Tinoco em 1945
Tristeza do Jeca - Angelino de Oliveira
Moreninha Linda
Pé de Ipê
Contato com Minervina Almeida:
radiowebmusic35@hotmail.com
Sem dúvida uma bela canção.
ResponderExcluirHoje fiz uma poesia Tributo a Tonico e Tinoco, na eu inclua nas rimas parte das próprias músicas cantada por eles. Sou um fã condicional desta dupla cheguei à conhecê-los aqui em Betim Minas Gerais.
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